Na avenida da minha vida, componho e compartilho a ferro e flores de todas as emoções, inquietações e explosões de uma jornada profunda, intensa e fascinante.
Seja Bem vindo!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Nesse dia eu vou te esquecer

Quando a praia se esquecer do mar
E o mar desistir das ondas
As ondas vão se acalmar
E aos poucos vão deixar a prancha
Nesse dia eu vou te esquecer
Quando a prancha esquecer dos pés
E os pés não deixarem pegadas
Pegadas não serão vestígios
De alguém que cruzou nossa estrada
Nesse dia eu vou te esquecer

Tá duvidando, é? cuidado

Que eu te esqueço e você cai do cavalo
Tá se achando é? aproveita
Que um dia eu te esqueço na gaveta
Que um dia eu te esqueço na gaveta

Quando a lua se esquecer do sol

O sol não der chance pra sombra
E a sombra deixar o coqueiro
Bem onde a rede balança
Nesse dia eu vou te esquecer

Quando a rede se esquecer da bola

A bola que o goleiro não alcança
O grito esquecer do gol
o gol parar bem na garganta
Esse dia eu vou te esquecer

Tá duvidando, é? cuidado

Que eu te esqueço e você cai do cavalo
Tá se achando é? aproveita
Que um dia eu te esqueço na gaveta
Que um dia eu te esqueço na gaveta

Link: http://www.vagalume.com.br/fernando-e-sorocaba/gaveta.html#ixzz2ysychXnS

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Senti uma vontade louca de tomar aquela chuva. Me esticar no asfalto e deixar a água correr pelo corpo. Um desejo insuportável de deixar escorrer. Me jogar na correnteza e deixar a água levar tudo o que tem atrapalhado o curso do rio. Deixar que a maré suba, que limpe o que estiver a margem impedindo as plantas de ganharem vida. Um desejo inquietante de ser clara, pura, para recomeçar. Numa esperança desesperada de não seguir o mesmo curso, não me machucar nas mesmas pedras e nem quebrar os mesmos galhos. Eu sempre tive essa mania errada de fazer o certo. Mas sempre foi o certo do outro. O que ele queria ou o que eu pensava que queria, é como seu andasse no roteiro alheio, seguindo frases itálicas entre colchetes do diretor.  O que mais me apavora não é a violenta transparência que me entreguei a você. Não me apavora a intenção aparente. Não me apavora tua reação frente a tudo que te disse. Nada que venha de você me assusta. Todos os fantasmas que me apavoram estão dentro de mim. E a cada dia mais, vejo que não aprendi a me respeitar. Bem la no fundo acredito que a falta de arrependimento condiz com minhas intenções disfarçadas. Eu não queria nada disso. Eu não queria apenas possibilidades, intenções, ilusões, sonhos e planos solitários, enfim, me parece que sou eu novamente tentando afastar tudo aquilo que não dou conta de entender. Depois de tanto tempo, é a primeira vez que me pego querendo apenas aquilo que posso tocar.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Novos dias

São tantos "Bom dias" sinceros! Muitas conversas informais nos elevadores, aquele rapaz educado que nos pergunta a hora cheio de alegria no rosto, aquele casal engraçado que divide bebida com você numa confraternização qualquer de negócio fechado.
Semanas após semanas, infinidades de pessoas incriveis passam por nossas vidas.
Mas, no entanto, poucas permanecem. Somente aquelas que por um motivo ou outro, atraem efetivamente nossa atenção, despertam nossos olhos e convidam-nos a cativá-las...
Nesse momento abrem-se tantas possibilidades... Como diria meu ídolo, Caio Fernando Abreu, amigos-amores-amáveis vêm mesmo dai, de meras possibilidades, caminhos cruzados ao acaso.
Acaso... simples assim. O resto todo, é tempo, é interesse, é atenção, é cultivo...
Os sorrisos sinceros, as palavras de carinho, os abraços cumplices, surgem de forma tão natural e autêntica que por muitas vezes antecedem o próprio encontro.
Ai está o verdadeiro paradoxo de pessoas que guardam no peito um sentimento de quem se conhece há anos... e, não satisfeita com isso, quer que essa pessoa seja eternamente parte da sua vida.
É como se fosse uma peça improvisada, sem roteiro e sem ensaio algum...
Sem convenções, sem regras, sem hora marcada, sem absolutamente nada.
Sentimento incrível e intenso, puro, vivo e abrasador;
Sem explicação, sem razão, sem destino, envolvente e ardente.
Uma conversa emocionada que de repente te pega de surpresa,
Algo que nos liberta e que libera uma emoção maior.
Eu me esqueci completamente que sob minhas asas protetoras, havia uma águia redentora.
Aquela que deixa cair a velha criatura para tentar mais uma vez...
Logo eu, que vim carregando minhas vestes castas, mas quando vi, a vida deu-me um "chega pra lá"
Mas, antes que o tempo faça do sonho um lamento,
Deixarei falar o novo personagem destes dias todos,
Que conheço tão pouco, mas que já me deu tantas alegrias,
Que nunca mais eu quero deixar de ser.
Nesse momento, só tenho a agradecer... (Ago/2010)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Embora

Embora todos esses versos tristes e toda essa dor que me consome, sei lá eu porquê.
Embora toda essa dor que adormece meu corpo e todo essa quietude que grita no peito assustadoramente.
Embora todos os pesares que tento fugir de entender.
Sigo com aquela paz de quem se cala adiando o momento da destruição...
Embora tudo o que protejo já esteja podre.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Que venha 2012

Por muitas vezes escrevo aqui sobre meus sentimentos, dúvidas, meus egoísmos e até mesmo sobre as dores que por alguns momentos me assolam.
O que tento escrever no meu blog não são simples devaneios. Eu me considero uma mulher forte e do meu tempo, e desse tempo quero testemunhar do jeito que posso: soltando minha criatividade, ou escrevendo sobre a contradição e a grandeza de se viver... Lamentando a palavra dita na hora errada e o silêncio quando deveria ter dito algo. Eu sempre escrevo aqui sobre sermos eternamente responsáveis e inocentes em relação aos acontecimentos. Desenhamos nossa própria historia, somos responsáveis pelas nossas omissões, acomodações, desconfianças, bem como nossa esperança. Nós é que decidimos onde empregamos nosso tempo, que afinal para mim sempre é tempo presente. Eu acho que somos inocentes apenas das fatalidades que nos roubam saúde, emprego, pessoas, segurança e ideais. Sendo assim a minha perspectiva sobre a humanidade ainda é contraditória mas é instigante.
Eu ainda acredito nas pessoas, embora muitas vezes eu me decepcione, eu levanto no outro dia e tento novamente... Nem todo mundo é igual e existem sim, pessoas que se importam com as outras, que fazem o bem, que são gentis e amáveis.
Esse ano, pude me expressar pouco nesse blog, tive momentos intensos, difíceis e momentos inesquecíveis, mas diante de tudo não consegui ainda fazer um balanço de 2011 que foi num geral confuso e misterioso. Ainda tento entender porque passei por certas coisas, porque me deixei levar por outras e por muitas vezes agradeço a algumas pessoas novas que entraram na minha vida e de alguma forma a modificaram para melhor. Gostaria de ter escrito mais por aqui, gostaria de ter compartilhado os momentos de felicidade e os de confusão, mas não pude. Espero que 2012 venha de uma forma diferente, que nos traga paz, paciência e principalmente sabedoria e humildade para fazermos um ano proveitoso e feliz. É o que desejo a todos os caros amigos que seguiram comigo nessa jornada. Que venha 2012!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.” (Caio Fernando Abreu)

sábado, 19 de novembro de 2011

Digitais

"Eu tava aqui tentando não pensar no seu sorriso
Mas me peguei sonhando com sua voz ao pé do ouvido
E te liguei
Me encontro tão ferida, mas te vejo ai também em carne viva
Será que não tem jeito?
Esse amor ainda nem nasceu direito, pra morrer assim
Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais
Não vou voltar atrás
Raspe dos teus dedos minhas digitais
Eu não vou voltar atrás
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Eu não vou, eu não vou voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos
Me mata essa vontade de querer tomar você num gole só
Me dói essa lembrança das suas mãos em minhas costas
Sob o sol da manhã
Você já me dizia: conheço bem as suas expressões
Você já me sorria ao final de todas as minhas canções
Então por que?
Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais."
(Isabela Taviani)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O que não entendo

Senti uma vontade louca de tomar aquela chuva. Me esticar no asfalto e deixar a água correr pelo corpo. Um desejo insuportável de deixar escorrer.Me jogar na correnteza e deixar a água levar tudo o que tem atrapalhado o curso do rio. Deixar que a maré suba, que limpe o que estiver a margem impedindo as plantas de ganharem vida. Um desejo inquietante de ser clara, pura, para recomeçar. Numa esperança desesperada de não seguir o mesmo curso, não me machucar nas mesmas pedras e nem quebrar os mesmos galhos. Eu sempre tive essa mania errada de fazer o certo. Mas sempre foi o certo do outro. O que ele queria ou o que eu pensava que ele queria, é como seu andasse no roteiro alheio, seguindo frases itálicas entre colchetes do diretor.  O que mais me apavora não é a violenta transparência que me entreguei a você. Não me apavora a intenção aparente. Não me apavora tua reação frente a tudo que te disse. Nada que venha de você me assusta. Todos os fantasmas que me apavoram estão dentro de mim. E a cada dia mais, vejo que não aprendi a me respeitar. Bem la no fundo acredito que a falta de arrependimento condiz com minhas intenções disfarçadas. Eu não queria nada disso. Eu não queria apenas possibilidades, intenções, ilusões, sonhos e planos solitários, Enfim, me parece que sou eu novamente tentando afastar tudo aquilo que não dou conta de entender. Depois de tanto tempo, é a primeira vez que me pego querendo apenas aquilo que posso tocar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mágoa

Esses dias eu li uma frase de Shakespeare que dizia: “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”, pois é, nada mais do que a pura verdade.
Quando estamos magoados com alguém esquecemos tudo e qualquer coisa de importante que vivemos com essa pessoa, podemos ter um sentimento de amor, admiração e respeito,mas quando a mágoa vem, tudo isso vai indo por um caminho torto. Esse sentimento é tão forte e tão poderoso que nada nem ninguém pode impedir que ele nos tome por completo, dilacera nosso coração e corrói nossa alma.
Quando estamos magoados temos a sensação que podemos deixar de odiar, mas não conseguimos deixar de sentir aquilo.Fico pensando, como pode um sentimento ser tão poderoso que se instala dentro de nós e nos aniquila aos poucos, acaba com nossas forças e enfraquece nosso coração.
Agente se esquece de tantas coisas significantes, aniversários, nomes de pessoas que passaram por nossas vidas, datas alegres, um dia feliz com a pessoa que agente ama, um sorriso despretensioso, mas daqueles que nos magoaram e seus atos, ah, isso demora e as vezes nunca acontece! Há sempre uma cena, um gesto, uma palavra que estará ali, na nossa cara, para nos fazer recordar sempre do que nos magoou. E isso vai nos consumindo, cada parte do nosso corpo, dia após dia, silenciosamente nos destruindo. Mas o pior de tudo isso é que quando nos lembramos do ser que nos magoou, pensamos logo que ele terá o que merece algum dia. Cedo ou tarde ele pagará pelo que nos causou. Mas o que muitas vezes nos esquecemos é que aquela pessoa nem se lembra mais do ocorrido, segue sua vida, segue seu rumo e nem olha para trás. Para ela foi somente algo que aconteceu, nada mais, talvez uma fatalidade, um momento de raiva, um excesso, mas que passou e nem importância tem mais.
E nós, seres humanos imbecis, onde quer que estejamos, tomamos gota a gota do nosso próprio veneno... E torcemos que se Deus permitir, e ele há de permitir que o outro morra pelo mal que nos causou.
É lamentável que seja assim. Com isso perdemos coisas, pessoas, dias e momentos que poderiam ser inesquecíveis.
(Esse texto é para alguém da minha familia que eu amo demais, mas que toma esse veneno todos os dias)

“A mágoa altera as estações e as horas de repouso, fazendo da noite dia e do dia noite.”

domingo, 17 de julho de 2011

Carta

Querido Marcos,
As coisas vão acontecendo, dia após dia e alguns sentimentos não se desfazem dentro de mim. Um sentimento agonizante de quem precisa colocar para fora mas não consegue. Uma coisa horrível, encalacrada no calabouço da alma, sem meios de fugir.
De um tempo para ca, depois de todas as mudanças que aconteceram, e você sabe bem, as minhas emoções foram se aniquilando, se repreendendo e eu acabei perdendo a noção do tempo, espaço e de mim mesma. Não tenho me reconhecido, não sou eu essa aqui. Nada em mim faz lembrar o que eu era. Eu me olho no espelho e parece que outra pessoa está ali, mas não sou eu, nada me faz reconhecer. Você nem consegueria me olhar como antigamente. De repente eu me dei conta que estou me perdendo, que minha alma saiu fora do corpo e nada faz sentido. Uma única coisa faz sentido, eu não me pareço nada com essa coisa aqui que habitou minha carne. Não sei quantas almas eu tenho em mim, mas sempre fui forte, destemida, corajosa, e não esse monte de receio, insegurança, fragilidade e tristeza que insistem em me apoderar. Você me diria agora que preciso resgatar quem eu sempre fui, aquela que se arriscava e pronto, que tomava uma decisão e seguia em frente, sem ter que se aconselhar com ninguém, aquela que se divertia com os amigos e ria tanto que podia sentir a barriga adormecer, aquela que chorava mas no outro dia nem sabia mais porque as lágrimas escorreram, aquela que era forte, que quase nada a abalava, que só de olhar pela janela já se sentia repleta de coisas, aquela mulher incrível que era capaz de conversar com qualquer pessoa de igual para igual e nunca sentir-se intimidada, nem desrespeitada, e muito menos dependente de qualquer pessoa ou sentimento. Ela não se deixava levar. Você se lembra?
Eu não gostaria que me visse dessa forma. É deprimente ver um amigo despedaçado e tentando encaixar pedaços que nem sabe se são seus. No entando estou tentando resgatar aquela pessoa de antes, meu amigo. Eu a quero de volta e por mais que me sinta sem forças, eu a buscarei, custe o que custar, nem que custe todos os sonhos que me fizeram chegar aqui.
Por que essa aqui, meu caro amigo, nem mesmo eu sou capaz de amar.
Saudades imensas,
Izabela